terça-feira, 15 de julho de 2014

Copa-2014: Tetracampeonato, uma vitória do planejamento alemão


Assim como o Brasil e a Itália, a Alemanha teve de esperar 24 anos para chegar ao tetracampeonato mundial, com a diferença de que não precisou chegar aos pênaltis. Méritos de Göetze, que substituiu o veterano Klose ao final do tempo regulamentar e marcaria o único gol da partida (e do título) na segunda metade da prorrogação. Os germânicos não apenas jogaram uma ducha de água fria na alegria da Argentina pela terceira vez em Copas, como também se tornaram a primeira seleção estrangeira a conquistar um Mundial nas Américas - um feito até então inédito na história da competição.
Engana-se, porém, quem pensa que a campanha vitoriosa dos alemães teve início na estreia contra Portugal, em Salvador. Até 2000, eles não costumavam levar o futebol tão a sério. Quando foram despachados da Eurocopa ainda na fase de grupos, finalmente tomaram vergonha na cara e decidiram reformular completamente o esporte. O resultado de tanto esforço se traduz hoje em estádios lotados e uma rigorosa legislação que, entre outras coisas, obriga os clubes das principais divisões do país a investir nas categorias de base, pagar em dia os salários dos atletas e limitar os mandatos de seus respectivos dirigentes. Essas profundas mudanças não demorariam a refletir na seleção principal, que chegou ao terceiro lugar em duas Copas consecutivas (uma delas, inclusive, em casa) e ao vice-campeonato europeu em 2008. Ainda faltava um Mundial para coroar de vez a bem sucedida trajetória germânica - e ele merecidamente chegou às mãos do atual elenco, magistralmente comandado por Joachim Löw. Para a Mannschaft, entretanto, não bastava analisar os esquemas táticos das seleções adversárias para surpreendê-las em campo. Fora das quatro linhas, o time adotou a estratégia de interagir com os anfitriões, substituindo a própria fama de sisudos pela simpatia e humildade com que correspondiam às calorosas recepções dos admiradores.
Pronto, o caminho para a taça estava quase traçado. Mas os alemães tinham de percorrê-lo, claro. E o fizeram com muita classe e sangue frio, apesar de oscilações na fase de grupos. O planejamento a longo prazo, a disciplina tática e o talento dos jogadores contaram muitos pontos a favor do êxito da Alemanha na Copa das Copas. A nós, brasileiros, resta aproveitar as lições de modernidade e humildade para reconhecer que estamos muito atrasados tecnicamente e que há muito tempo o futebol de qualidade reside no outro lado do Atlântico - enquanto isso, Müller e companhia já começam a esquentar as baterias para seu próximo desafio, a Eurocopa de 2016, na França.

domingo, 13 de julho de 2014

Copa-2014: Por que assistir à final Alemanha x Argentina

Tudo bem, esta não é a final que nós, brasileiros, esperávamos para a Copa das Copas. Mas a disputa da taça entre alemães e argentinos pode amenizar o 4º lugar conquistado pela Seleção de forma pífia, por culpa menos dos atletas que do atual treinador e da CBF. Se não fez bonito dentro das quatro linhas, o Brasil deve se orgulhar do golaço de placar que marcou ao receber muito bem os estrangeiros, cuja maioria passou a ter uma nova (e mais positiva) imagem do país, apesar dos problemas que nos afligem todos os dias.
Voltando ao Mundial de 2014, convoco todos os fãs de futebol  - só por educação, o convite se estenderá aos modinhas, :D - a acompanhar a finalíssima logo mais, às 16:00, com direito a show de Carlinhos Brown, Ivete e Shakira, qualquer que seja a seleção a erguer o caneco no Maracanã. Abaixo seguem algumas curiosidades para agitar o confronto derradeiro antes mesmo de a Brazuca começar a rolar no gramado do estádio carioca.

- Se vencer, a Alemanha se tornará a terceira seleção a conquistar o tetracampeonato 24 anos depois do terceiro título. Os demais felizardos foram Brasil (1970 - 1994) e Itália (1982 - 2006).
- Alemanha e Argentina se enfrentaram em duas finais consecutivas, as de 1986 e 1990. Os hermanos levaram a melhor na primeira, mas os germânicos sorriram por último na segunda. O Maracanã é o palco ideal para o "desempate" na terceira final entre as duas seleções em Copas.
- Nas duas últimas Copas (2006 e 2010), os argentinos foram despachados pelos mesmos adversários, os alemães, e na mesma fase (quartas de final). Alguém duvida que os nossos vizinhos querem descontar as reveses anteriores?
- Há 24 anos, a Argentina sequer chegava às semifinais de uma Copa - que dirá a uma final! Uma oportunidade de ouro para Messi, Agüero e companhia.
- Em 1990, a ainda dividida Alemanha conquistaria seu terceiro (e último) título pela porção ocidental. Esta pode ser a primeira Copa vencida pelos alemães como um país unificado.
- Os argentinos podem ainda contar com uma "sina" em torno do Brasil: desde 1986, nenhum time que nos eliminou de um Mundial venceu o torneio em questão. Por outro lado, a Albiceleste tentará novamente superar a "maldição de Tilcara", que a atormenta há 28 anos.
- O atual elenco germânico chegou à final graças ao trabalho coletivo, apesar de algumas quedas de produção na fase de grupos. Por sua vez, a Argentina deve sua caminhada até as semifinais aos lampejos de Messi. Somente a partir de então Sabella resolveu apostar no conjunto, adotando um estilo mais compacto que, embora ainda dependente do camisa 10 do Barcelona, levaria ao triunfo hermano sobre a Holanda nas penalidades. Portanto, não espere uma vitória elástica para qualquer dos lados.

sábado, 12 de julho de 2014

Copa-2014: A última pá de cal na Seleção

Se a Alemanha já havia matado o sonho do nosso hexacampeonato mundial em Belo Horizonte na última terça, os holandeses apenas tiveram de empurrar o caixão canarinho hoje à tarde, no Mané Garrincha. Felipão chegou a cumprir a promessa de alterar o esquema tático, mas não tinha tempo hábil para treinar a nova formação e mais uma vez confiou na sorte. O treinador pagou caro: nos 18 minutos iniciais, a Laranja Mecânica havia aplicado 2 x 0 com Robin Van Persie e Blind, ambos em lances irregulares - um pênalti e um cruzamento após um impedimento, nesta ordem - assinalados pelo inseguro árbitro. No segundo tempo, os europeus nem precisaram se esforçar muito para administrar a vantagem pois o time brasileiro, com ou sem as trapalhadas do juiz, continuava apático mesmo com as entradas de Fernandinho, Hernanes e Hulk. Já assegurada, a vitória orange se confirmaria de vez nos acréscimos, quando Wijnaldum marcou o terceiro e último tento da partida, encerrando definitivamente a melancólica campanha da Seleção neste Mundial.
Mal administrado pela CBF, o esquadrão canarinho repetiu este ano o mesmo script das duas últimas Copas. Largou bem na corrida pelo título e obteve êxito contra adversários com pouca ou nenhuma tradição no futebol mundial, porém tombou diante de seleções tradicionais como França (2006), Holanda (2010) e recentemente Alemanha (2014), além da própria Laranja. Enquanto os simpáticos oranges (refiro-me aos atletas, não ao marrento porém competente treinador Louis Van Gaal) se despedem do Brasil com as merecidas medalhas de bronze no peito, a Seleção sai de Brasília debaixo de muitas vaias e, até a próxima semana, apanhará um bocado da imprensa esportiva, que discutirá quem segue no elenco atual e quem vai aposentar a amarelinha.

quarta-feira, 9 de julho de 2014

Copa-2014: fim de jogo, mas a vida segue

Parafraseando um velho ditado, não adianta chorar o jogo derramado. Sem planejamento e com muito oba-oba por parte de dirigentes e comissão técnica, o Brasil terá de esperar mais quatro anos para brigar pelo hexacampeonato de seleções. Era apenas uma questão de tempo que a tão sonhada conquista mais uma vez escapasse da nossa vista, porém nem o mais pessimista dos torcedores verde-amarelos previu que o time de Felipão fosse despachado da corrida pelo título de 2014 de maneira tão humilhante e, ainda por cima, no próprio quintal.
Muitos gols alemães no Mineirão, lágrimas, piadas virtuais e até quebradeira depois, agora é o momento de seguir em frente. Como já ocorreu anteriormente, ninguém vai passar mal ou morrer só porque a Seleção foi eliminada de mais uma Copa. Tampouco melhoraríamos de vida se o atual elenco levantasse a taça no Maracanã. Não pretendo ficar esmiuçando as razões do novo fracasso (os blogs e a imprensa esportiva em geral - com direito à tradicional caça aos culpados - já fizeram isso por mim), mas convenhamos que o Brasil já passou da hora de profissionalizar de vez o futebol. Enquanto uma verdadeira revolução não entra em campo para ditar a nova maneira de enxergar, pensar e administrar a nossa maior paixão nacional, voltamos a nos deparar com jogos de baixíssimo nível técnico, estádios cada vez mais vazios e cartolas que, com o providencial monopólio da Globo sobre as transmissões das partidas, tomam conta do esporte bretão como um negócio particular (e infelizmente isso não deixa de fazer sentido do ponto de vista prático).
Ainda nos resta mais um pouco de dignidade no próximo sábado, em Brasília, onde disputaremos o terceiro lugar da competição com o perdedor de Holanda x Argentina e resgataremos pelo menos uma parte da honra que se perdeu naquele vexame diante da esmagadora máquina germânica em Belo Horizonte. Seja qual for o resultado, o futebol brasileiro ainda pode ser salvo dos interesses mesquinhos e o sonho do hexacampeonato continua mais vivo do que nunca, na mente dos atletas e da torcida tupiniquins.

sábado, 5 de julho de 2014

Copa-2014: Argentina e Holanda na outra semifinal

ARGENTINA 1 x 0 BÉLGICA
Os argentinos não chegaram a brilhar no Mané Garrincha, mas jogaram o suficiente para derrotar a Bélgica com um único gol, marcado por Higuaín ainda na etapa inicial. Ainda regular, a seleção hermana soube tirar proveito dos passes errados e da marcação frouxa dos Diabos Vermelhos, que encerram uma campanha baseada mais na burocracia do que na badalação vista nas Eliminatórias europeias.
Classificada às semifinais depois de 24 anos, a Argentina protagonizará um jogão daqueles com a Holanda na próxima quarta, às 17:00, na Arena Corinthians. Mas talvez não conte com Di María, que sofreu uma lesão no primeiro tempo e pode ficar de fora do Mundial.


HOLANDA 0 x 0 COSTA RICA (4 x 3 NOS PÊNALTIS)
Salvador se despede da Copa em grande estilo. As redes não chegaram ser balançadas nos 90 minutos regulamentares ou nos 30 da prorrogação, mas sobrou muita emoção no embate entre a talentosa Holanda e a surpreendente Costa Rica, que já havia feito histórico chegando às quartas deste Mundial. Um 0 x 0 que valeu a atenção do público desde o primeiro até o último minuto de partida. Enquanto tinha dificuldades para chegar à área orange, os Ticos se garantiram na defesa, contendo a euforia de atacantes rivais como o improdutivo Van Persie. Por sua vez, a Laranja Mecânica atacava muito mais e, em algumas ocasiões, quase abriu o placar, sendo barrada pela ótima atuação do goleiro costarriquenho Navas.
Sem gols até na prorrogação, chegava a hora de decidir a última vaga das semifinais nos pênaltis. O técnico da Holanda, Van Gaal, surpreendeu com o arqueiro Tim Krull no lugar de Cilessen especialmente para o referido momento. E a mudança decidiu a sorte a favor dos europeus: Krull defendeu duas cobranças da Costa Rica, levando sua equipe ao confronto com os argentinos em uma das semifinais do torneio. Eliminados após uma luta incessante com os holandeses, os centro-americanos podem se orgulhar de ter conseguido ao menos um lugar no rol de seleções que deixaram sua marca na história dos Mundiais.

sexta-feira, 4 de julho de 2014

Copa-2014: o Brasil tira a Colômbia para dançar

Com todo o respeito aos cafeteros e sua ótima campanha nesta Mundial, mas eles literalmente dançaram no Castelão. A Seleção gingou muito melhor durante a maior parte do jogo, contragolpeando em velocidade, marcando firme a saída de bola colombiana e anulando o principal jogador do time adversário e (por enquanto) artilheiro da Copa, James Rodríguez. Desta vez, Felipão inovou ao finalmente escalar Maicon e Paulinho no lugar de Daniel Alves e Luiz Gustavo, que cumpria suspensão. A mudança deu mais do que certo: a intermediária estava bem fechada e a equipe poderia atacar do jeito que sabe (e gosta).
O triunfo brasileiro começou a ser construído ainda aos 7 minutos do primeiro tempo, quando Thiago Silva recebeu a bola desviada por David Luiz após uma cobrança de escanteio, empurrando-a para a rede de Ospina. Pressionada pela vibração tupiniquim, a Colômbia teve de se abrir para contra-atacar, mas esbarrava nas muralhas da nossa defesa. Vigiado de perto por Fernandinho e Paulinho, James Rodríguez não teve muito o que produzir. Nem parecia aquele jovem de 22 anos que magistralmente ajudou sua equipe a superar a ausência de Falcão García.
Na etapa complementar, o bom futebol apresentado pelo Brasil foi substituído pela tensão. Aos 17 minutos, Thiago Silva cometeria um esbarrão desnecessário em Ospina e levaria um amarelo, que o tira do confronto com a Alemanha. Mas seu parceiro David Luiz não demorou a salvar de vez a pátria ao anotar 2 x 0 para a Seleção com uma belíssima cobrança de falta. Desesperados e encurralados, os colombianos partiram para o tudo ou nada. Até se empolgaram com um pênalti convertido com sucesso por James Rodríguez aos 35, mas não puderam evitar a desclassificação. E ainda contaram com a sorte de não sofrer uma derrota ainda mais traumática, pois os comandados de Felipão não aproveitavam direito as brechas na defesa adversária.
Fim de papo: os colombianos se despedem da Copa de cabeça erguida, pela melhor campanha de sua história nas edições do torneio, enquanto o nosso esquadrão se recolhe até terça, quando pegará uma pedreira ainda maior: a instável porém formidável máquina germânica de Müller, Ozil, Klose e companhia (i)limitada.


AMANHÃ TEM MAIS COPA!
Nem pense em assistir a outra coisa na sua TV. Amanhã, a bola continuará rolando nas partidas a seguir:

Argentina x Bélgica - 13:00 - Brasília
Holanda x Costa Rica - 17:00 - Salvador

Copa-2014: Au Revoir, Bleus!

ALEMANHA 1 x 0 FRANÇA
Agora há pouco, no Maracanã, a eficiência alemã levou a melhor. O time de Joachim Löw saiu na frente, com o zagueiro Hummels, logo aos 13 minutos da etapa inicial e esbanjou muita organização para manter a vantagem até o fim da partida. Por diversas vezes a Mannschaft esteve próxima de esticar o placar, mas os franceses não se davam por vencidos e chegaram a atacar mais do que os vizinhos. Para tranquilidade dos germânicos, Hummels e Neuer seguraram direitinho a onda dos Bleus no setor defensivo.
Fim de papo: a França, nossa grande carrasca em Mundiais (1986 e 2006), provou do próprio veneno e retornará à Europa mais cedo que o planejado. Enquanto isso, os alemães podem tirar um bom descanso e aguardar o vencedor da batalha entre brasileiros e colombianos, daqui a pouco, no Castelão.

quarta-feira, 2 de julho de 2014

Copa-2014: Quem deve passar das quartas


FRANÇA x ALEMANHA
Perfil da França: os Bleus suaram a camisa para superar a Nigéria nas oitavas. Ganham pontos pelo bom trabalho coletivo e paciência, mas ficam devendo na defesa e no meio de campo, que tem dificuldades de suprir o atacante Benzema.
Perfil da Alemanha: a muito custo, a máquina germânica conseguiu despachar a raçuda Argélia somente na prorrogação. Apesar de poderoso e mais experiente em relação ao plantel que disputou a Copa de 2010, o time tem sido prejudicado pela instabilidade, uma vez que o técnico insiste em escalar jogadores fora da posição ideal.
Quem deve avançar: um jogo duríssimo, sem dúvida, onde tudo pode acontecer. Mas eu colocaria as fichas no time francês, que pode nadar tranquilamente em meio às brechas do setor defensivo alemão e alcançar uma vitória por 2 x 1.


BRASIL x COLÔMBIA
Perfil do Brasil: contra o Chile, o time de Felipão outra vez deixou a desejar em campo. Embora tenha começado melhor a partida, permitiu que a La Roja dominasse geral a partir do segundo tempo regulamentar e por muito pouco não foi despachado pelo rival. Teve de vencer nos pênaltis (méritos a Júlio César, que pagou a dívida de 2010) para chegar às quartas com mais da metade do time sob forte abalo psicólogo. O treinador precisa fazer um milagre para pôr os nervos de todo mundo no devido lugar porque a Colômbia vem aí na sexta (04/07).
Perfil da Colômbia: os sensacionais cafeteros deram mais um show de futebol nas oitavas, pondo o Uruguai na dança. O time joga aberto, marca bem e conta com o vigor físico dos atletas, mas perde pontos na defesa.
Quem deve avançar: não consigo enxergar um favorito no momento. O Brasil tem mais qualidade individual, enquanto a Colômbia aposta no coletivo. Qualquer que seja o vencedor (claro que torcerei para a Seleção, mas não sou abestalhado ufanista a ponto de ignorar a competência da equipe adversária), o placar deverá ser bem apertado - 1 x 0, 2 x 1 ou 3 x 2.


ARGENTINA x BÉLGICA
Perfil da Argentina: os hermanos continuam apáticos na Copa. Escaparam da decisão por pênaltis no final do segundo tempo da prorrogação. Se o meio de campo não rende tão bem sob pressão adversária, a defesa dispensa maiores comentários negativos.
Perfil da Bélgica: muito contestados por não repetir no Brasil a badalação com que disputou as Eliminatórias europeias, os Diabos Vermelhos contaram com a paciência para lograr êxito em todas as partidas jogadas até agora. Ainda assim, a equipe é (ou ao menos parece) taticamente mais bem organizada que a Argentina.  
Quem deve avançar: os argentinos não são de entregar os pontos tão facilmente, mas dificilmente superariam a Bélgica, que pode vencer a partida por 2 ou mais gols de diferenças se souber explorar as brechas do tão criticado setor defensivo albiceleste.


HOLANDA x COSTA RICA
Perfil da Holanda: a Laranja Mecânica quase virou suco nas mãos do México em Fortaleza, porém o talento e o preparo físico dos atletas, aliados à equivocada retranca do time latino, fizeram a diferença a favor dos oranges. Embora continue vulnerável nas laterais, o novo Carrossel costuma abusar da tranquilidade e do conjunto para buscar a vantagem no placar.
Perfil da Costa Rica: o time sensação da Copa merecidamente continuou fazendo história nesta Copa, ao se classificar para as quartas de final pela primeira vez. A vibração e a disposição tática contam pontos favoráveis aos costarriquenhos, que prometem um duelo bastante equilibrado com a Holanda.
Quem deve avançar: em que pese a empolgação da Costa Rica, acho mais provável que a Holanda passe para as semifinais, nem que leve um baita sufoco do rival centro-americano.

terça-feira, 1 de julho de 2014

Copa-2014: oitavas encerradas a fórceps

ARGENTINA 0 x 0 SUÍÇA (1 x 0 NA PRORROGAÇÃO)
Se os torcedores argentinos tinham alguma esperança de que sua seleção finalmente engataria de vez na Copa, os jogadores trataram de jogar mais um balde de água fria no bom futebol em São Paulo. A equipe comandada por Sabella continuou o mesmo arremedo burocrático de sempre, e nem Messi serviu para animar o plantel. Os suíços, dotados de muita disposição tática,  pressionaram os albicelestes o tempo todo e estiveram muito perto de abrir o placar em três ocasiões.
Infelizmente, porém, a modalidade não costuma premir o esforço. No finalzinho da prorrogação, a Argentina novamente foi salva por um lampejo individual de Messi, que deu o passe para Di María anotar o único gol da partida (e da classificação para as quartas). Por muito pouco a Suíça não empatou o duelo logo depois, quando a bola cabeceada por Dzemaili bateu na trave e no jogador antes de morrer na linha de fundo. O time do país dos relógios saiu da Arena Corinthians completamente injustiçada. No próximo sábado, às 13:00, em Brasília, os hermanos encaram a Bélgica, que despachou os EUA também na prorrogação.


BÉLGICA 0 x 0 EUA (2 x 1 NA PRORROGAÇÃO)
Desta vez não houve goleada na Arena Fonte Nova, em Salvador. As seleções da Bélgica e dos Estados Unidos iniciaram a partida sem muito brilho, aparentemente mais preocupadas em analisar o jogo uma da outra. A apatia seria quebrada aos 16 minutos da etapa inicial, após um engraçadinho invadir o campo e, sem ser incomodado por qualquer steward (segurança particular) ou PM ali perto por alguns segundos, correu de um lado para outro atrás do seu momento de glória. Nesse momento, as duas equipes despertavam e começariam a protagonizar um verdadeiro duelo de muralhas, até para compensar suas respectivas más finalizações. No segundo tempo, os Diabos Vermelhos jogaram um pouco melhor, ameaçando várias vezes a meta americana, mas Tim Howard não estava a fim de entregar os pontos e brilhantemente frustou as investidas belgas até o último dos 90 minutos regulamentares.
A emoção ditaria o ritmo de vez na prorrogação. Lukaku, que não vinha atuando bem desde o início da Copa, entrou em cena para mudar o rumo da história: conferiu um passe para o primeiro gol da Bélgica, anotado por De Bruyne aos dois minutos do primeiro tempo, e aumentaria ele próprio a vantagem no placar, no último minuto. No início do tempo seguinte, os EUA não perderam tempo, descontaram com um belo gol de Green e ainda tentaram forçar a decisão da vaga nos pênaltis, mas já era tarde. Os comandados de Marc Wilmots enfrentarão a insossa Argentina às 13:00 de sábado, no Mané Garrincha, enquanto aos ianques resta deixar o estádio baiano - e o Mundial mais cedo - de cabeça erguida, em virtude do bom trabalho (apesar de algumas falhas da defesa em momentos decisivos e de jogadas mal finalizadas no ataque) que desempenharam na competição.


CURIOSIDADE DO DIA
A Copa de 2014 é a primeira da história em que todas as seleções classificadas em 1º lugar na fase de grupos avançam às quartas em uma mesma edição e também acaba de registrar cinco prorrogações ocorridas nas oitavas de final - o maior número desde o Mundial de 1986, quando essa etapa do mata-mata foi criada.