quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Vão-se os celulares, ficam os bandidos

Desde a última segunda-feira (29/08) vigora em São Paulo uma lei que proíbe celulares dentro de agências bancárias instaladas na cidade. Apesar da nobre intenção de combater as famosas "saidinhas", essa medida corre um sério risco de se revelar totalmente inócua. 
Para começar, hoje em dia todo mundo precisa de celular para resolver suas pendências com uma certa agilidade, dada a correria cotidiana. Sem um aparelho móvel à mão, quem vai querer sair de uma fila para usar o orelhão mais próximo? Tenhamos em mente também que os bandidos continuarão se comunicando, desta vez por meio de gestos que possam ser vistos pelo vidro do banco. Não seria mais inteligente as autoridades melhorarem a segurança em torno das agências?

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Seleção de mentira, vexame de verdade



A Seleção completou um ano sob o comando de Mano Menezes, mas ainda não exibiu a renovação que a CBF de Ricardo Teixeira - cachorro grande que não quer largar o osso há mais de 20 anos - tanto prometeu aos torcedores logo após a trágica eliminação da última Copa. Ontem, o escrete não parou de pagar mico, desta vez em um amistoso contra a Alemanha, na casa do adversário. O placar final - 3 a 2 para os comandados de Joachim Löw - pode ser assim interpretado: os germânicos jogaram muito melhor e só não aplicaram uma goleada graças a um pênalti inexistente, convertido por Robinho, e a Neymar, que deixou o dele no finalzinho da partida. Perder um amistoso contra uma equipe de tradição não arranca os pés dos jogadores, mas fazer disso uma rotina (que o digam França e Argentina, que riram por último e melhor no ano passado) é completamente inadmissível para um time que sonha em  reconquistar sua posição entre as mais poderosas seleções do planeta.

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Maldita implicância do Conar

Por pura falta do que fazer, o Conar (Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária) resolveu fazer mais uma vítima, a Nissan. Tudo começou por causa de um novo comercial da empresa, no qual pôneis aparecem para tirar sarro de um motorista cujo automovel ficou atolado na lama - numa clara referência à suposta fragilidade dos carros fabricados pelos concorrentes da montadora japonesa. 
Com base na reclamação de 30 pessoas, o órgão quer porque quer processar a Nissan pela associação dos animaizinhos, uma figura infantil, à palavra "maldito". Tivesse ouvido a opinião dos 5 milhões de usuários que curtiram o vídeo na Internet, o Conar não estaria pagando mais um tremendo mico por motivos ainda mais infantis que os "malditos" pôneis da polêmica campanha publicitária.



Bahia, a terra da legislação de duplo sentido

No último domingo, o Fantástico, dominical da Rede Globo, exibiu uma reportagem sobre um projeto de lei, de autoria da deputada estadual Luiza Maia (PT-BA), que pretende proibir o governo estadual da Bahia de contratar, para eventos patrocinados pelo poder público local, bandas de axé e pagode que cantem músicas de duplo sentido - algo do naipe "Foge, foge, Mulher Maravilha", "Me dá a patinha" e "A perereca pisca-pisca".



Apesar de bem intencionada, uma vez que ninguém é obrigado a escutar as tranqueiras do momento, a proposta da parlamentar não faria o menor sentido se colocada em prática. Para começar, a Assembleia Legislativa baiana desperdiça tempo e energia em uma discussão desnecessária - o gosto musical (duvidoso) da população - quando deveria se preocupar com assuntos mais importantes como saúde, educação e segurança. Ressalte-se também que o pretexto de que "as músicas de duplo sentido estariam ferindo a dignidade feminina" não se sustenta pois os shows de bandas como Psirico, O Troco e Black Style costumam atrair muitas mulheres, que pouco se importam com o significado das letras cantadas. É curioso registrar que, vinte anos atrás, os baianos (menos eu, é claro!) requebravam ao som do É o Tchan - e nenhum integrante do grupo teve problemas judiciais por conta do erotismo dos "Segura o Tchan" da vida...