segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Gota D'Água: um belo monte de lorota

Há duas semanas circula na internet o vídeo do movimento Gota D'Água, criado com o intento de se opor à construção da usina hidrelétrica de Belo Monte, no estado do Pará, e apoiado por atores da Rede Globo. Longe de questionar a filiação profissional dos envolvidos na militância, resolvi ver o outro lado da moeda pesquisar opiniões favoráveis (livres de qualquer influência político-partidária, entenda-se) à realização da obra e concluí - ainda que preliminarmente - que, por mais notável que seja a sua preocupação com a questão ambiental da coisa, o grupo carece de argumentos mais sólidos para questionar o projeto amazônico.

Ponto 1
Toda obra do porte da usina de Belo Monte necessariamente gera impactos ambientais. Não custa lembrar, por exemplo, que árvores tiveram de ser derrubadas para que pudéssemos morar em nossas casas ou nos locomover até a cidade mais próxima e visitar nossa família. O que se pode fazer é buscar soluções para reduzir ao máximo os danos (isso sim é importante!) que a central hidrelétrica causará à área onde será erguida.

Ponto 2
Outras formas de geração de energia elétrica se revelariam completamente inviáveis no meio da floresta. Parque eólico? Nem pensar! Ventos não são constantes por aquelas bandas. Ainda que o fossem, a estrutura consumiria muito mais dinheiro do que uma hidrelétrica e exigiria uma maior área de desmatamento. E podem tirar o cavalinho do sol: uma usina solar não funciona à noite, o que levaria à necessidade de armazenar a energia acumulada durante o dia em baterias, que têm vida útil e, portanto, seria um grande desafio procurar um lugar onde elas pudessem ser descartadas de forma segura e sem poluir as margens dos rios amazônicos.

Ponto 3
A Amazônia possui extensão aproximada de 5,5 milhões de km2. De acordo com o atual projeto, a usina alagará 516 km2, o que corresponde a 0,0000938% do território total. Já fazendeiros e madeireiros costumam desmatar cerca de 70.000 km2/ano, o que equivale a mais ou menos 1,27%. Ou seja, os desmatadores derrubam cerca de 13500 vezes mais árvores do que a central hidrelétrica, mas o pessoal do Gota D'Água prefere implicar com um projeto que, se concluído respeitando-se a legislação ambiental, trará desenvolvimento à Região Norte.

Ponto 4
A desapropriação ocasionada pela construção da usina de Belo Monte não merece e não pode ser relegada a segundo plano. Até aí concordo com as palavras dos integrantes do Gota D'Água, só que eles parecem não se lembrar (ou não querem que ninguém seja lembrado) que, no Rio de Janeiro, famílias perderão suas casas em virtude da ampliação das linhas de metrô e de ônibus para a Copa de 2014 e pouco se comenta sobre isso na mídia em geral.


Nada tenho contra quem se opõe à construção da nova usina hidrelétrica no Pará. Afinal, cada cidadão tem a liberdade de concordar ou não com determinado acontecimento pelos motivos que bem entender. O que não vale é tentar convencer a sociedade a desistir de algo que trará benefícios ao país apenas com base em números distorcidos ou meias verdades - ainda mais com o advento de artistas ligados a uma poderosa emissora de televisão.

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Assembleia Legislativa de SP pega carona na idiotice

Na semana passada, os deputados estaduais de São Paulo aprovaram uma lei que proíbe garupa na moto em dias úteis, sob o pretexto de combater os assaltos praticados com esse tipo de veículo. Porém, a boa intenção esbarra no bom senso. Para começar, o cidadão de bem que trabalha, leva o filho à escola e passeia com a esposa ou namorada sobre duas rodas ficará literalmente a ver navios enxergar embarcações marinhas, enquanto os bandidos continuarão cometendo seus crimes de bicicleta ou até a pé. Além disso, a nova regra, de nível estadual, soa um tanto inconstitucional ao ir de encontro ao Código Nacional de Trânsito, criado por uma lei federal e que permite até 2 pessoas em uma moto. Finalmente, acaba surgindo um perigoso precedente para que os parlamentares paulistas resolvam, por exemplo, proibir as pessoas de circularem nas ruas para (tentar) evitar furtos e roubos a mão armada.

Resumo da ópera: coisa de deputado que cria leis absurdas só para mostrar que está fazendo alguma coisa (se é que isso vai prestar).

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Steve Jobs: vai-se o gênio, ficam as ideias

O mundo da tecnologia acaba de perder uma de suas mentes mais brilhantes das últimas décadas: Steve Jobs, fundador da Apple e um inventor sem igual entre seus contemporâneos. Tachado de "louco" no final dos anos 70, quando  concebeu o PC como nós o conhecemos hoje em dia, o magnata do setor de informática passou os últimos anos rindo melhor, com uma legião de fãs lhe pagando o maior pau bajulando só por terem um iPod, iPhone ou iPad em mãos. O gênio partiu para uma arquiterua superior, mas suas ideias permanecem instaladas no plano terreno para sempre.



quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Vão-se os celulares, ficam os bandidos

Desde a última segunda-feira (29/08) vigora em São Paulo uma lei que proíbe celulares dentro de agências bancárias instaladas na cidade. Apesar da nobre intenção de combater as famosas "saidinhas", essa medida corre um sério risco de se revelar totalmente inócua. 
Para começar, hoje em dia todo mundo precisa de celular para resolver suas pendências com uma certa agilidade, dada a correria cotidiana. Sem um aparelho móvel à mão, quem vai querer sair de uma fila para usar o orelhão mais próximo? Tenhamos em mente também que os bandidos continuarão se comunicando, desta vez por meio de gestos que possam ser vistos pelo vidro do banco. Não seria mais inteligente as autoridades melhorarem a segurança em torno das agências?

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Seleção de mentira, vexame de verdade



A Seleção completou um ano sob o comando de Mano Menezes, mas ainda não exibiu a renovação que a CBF de Ricardo Teixeira - cachorro grande que não quer largar o osso há mais de 20 anos - tanto prometeu aos torcedores logo após a trágica eliminação da última Copa. Ontem, o escrete não parou de pagar mico, desta vez em um amistoso contra a Alemanha, na casa do adversário. O placar final - 3 a 2 para os comandados de Joachim Löw - pode ser assim interpretado: os germânicos jogaram muito melhor e só não aplicaram uma goleada graças a um pênalti inexistente, convertido por Robinho, e a Neymar, que deixou o dele no finalzinho da partida. Perder um amistoso contra uma equipe de tradição não arranca os pés dos jogadores, mas fazer disso uma rotina (que o digam França e Argentina, que riram por último e melhor no ano passado) é completamente inadmissível para um time que sonha em  reconquistar sua posição entre as mais poderosas seleções do planeta.

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Maldita implicância do Conar

Por pura falta do que fazer, o Conar (Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária) resolveu fazer mais uma vítima, a Nissan. Tudo começou por causa de um novo comercial da empresa, no qual pôneis aparecem para tirar sarro de um motorista cujo automovel ficou atolado na lama - numa clara referência à suposta fragilidade dos carros fabricados pelos concorrentes da montadora japonesa. 
Com base na reclamação de 30 pessoas, o órgão quer porque quer processar a Nissan pela associação dos animaizinhos, uma figura infantil, à palavra "maldito". Tivesse ouvido a opinião dos 5 milhões de usuários que curtiram o vídeo na Internet, o Conar não estaria pagando mais um tremendo mico por motivos ainda mais infantis que os "malditos" pôneis da polêmica campanha publicitária.



Bahia, a terra da legislação de duplo sentido

No último domingo, o Fantástico, dominical da Rede Globo, exibiu uma reportagem sobre um projeto de lei, de autoria da deputada estadual Luiza Maia (PT-BA), que pretende proibir o governo estadual da Bahia de contratar, para eventos patrocinados pelo poder público local, bandas de axé e pagode que cantem músicas de duplo sentido - algo do naipe "Foge, foge, Mulher Maravilha", "Me dá a patinha" e "A perereca pisca-pisca".



Apesar de bem intencionada, uma vez que ninguém é obrigado a escutar as tranqueiras do momento, a proposta da parlamentar não faria o menor sentido se colocada em prática. Para começar, a Assembleia Legislativa baiana desperdiça tempo e energia em uma discussão desnecessária - o gosto musical (duvidoso) da população - quando deveria se preocupar com assuntos mais importantes como saúde, educação e segurança. Ressalte-se também que o pretexto de que "as músicas de duplo sentido estariam ferindo a dignidade feminina" não se sustenta pois os shows de bandas como Psirico, O Troco e Black Style costumam atrair muitas mulheres, que pouco se importam com o significado das letras cantadas. É curioso registrar que, vinte anos atrás, os baianos (menos eu, é claro!) requebravam ao som do É o Tchan - e nenhum integrante do grupo teve problemas judiciais por conta do erotismo dos "Segura o Tchan" da vida...

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Marcha do Óbvio liberada no Brasil

O Supremo Tribunal Federal passou o dia todo para analisar e finalmente aprovar a realização das Marchas da Maconha (ou de Qualquer Outro Tipo). Só mesmo a mais alta corte do Brasil para entrar em ação e assegurar que, de acordo com a Constituição Federal, todo cidadão tem o direito de expressar a sua opinião, por mais torta que seja, sem ter de provar da força policial - como já ocorreu aos manifestantes pró-beck que protestaram contra a proibição do evento em algumas capitais do País.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Osama ainda não morreu

Ainda continuo com um pé atrás sobre a operação militar americana no Paquistão que teria resultado (ou não) na morte de Osama bin Laden, mas não dá para negar que os ideais tortos do fundador da Al-Qaeda continuam vivos como nunca entre os fundamentalistas islâmicos, acostumados a derramar sangue inocente em nome de Alá. Um outro ponto é que, se os EUA realmente tiverem executado o terrorista mais procurado dos últimos 10 anos, então o país acabou de dar um tiro no fuzilar o próprio pé: perdeu a única chance de capturar Osama ainda vivo e trancafiá-lo na prisão de Guantánamo até os últimos dias de vida.
Trocando em miúdos: o mentor dos atentados ao World Trade Center e ao Pentágbno, em 2001,  pode estar morto e afundado em algum ponto do Mar da Arábia, porém seu carisma junto aos demais terroristas ainda dará muita dor de cabeça a todo mundo, dos ocidentais aos árabes.

domingo, 8 de maio de 2011

Carta de uma holandesa sobre o Brasil que ela acha que conhece

Volta e meia, alguém resolve me mandar um e-mail sobre o famoso texto que uma escritora holandesa teria produzido sobre o Brasil. Como se trata de um hoax (boato) dos mais óbvios, a julgar pela não identificação da autora do texto, resolvi dissecá-lo ponto por ponto numa tentativa de convencer as pessoas a não mais espalharem esse tipo de história para a caixa de mensagens alheia. Lá vamos nós:


Alguns brasileiros acham que o mundo todo presta, menos o Brasil, realmente parece que é um vício falar mal do Brasil.  Todo lugar tem seus pontos positivos e negativos, mas no exterior eles maximizam os positivos, enquanto no Brasil se maximizam os negativos. 

Não é vício, e sim hábito de encarar a realidade dos fatos no Brasil. Seria lindo o País ser bem falado o tempo todo, mas ainda sobram motivos para as pessoas pensarem exatamente o contrário.


Aqui na Holanda, os resultados das eleições demoram horrores porque não há nada automatizado.

No Brasil, o voto é automatizado, mas muitas pessoas continuam escolhendo os mesmos políticos safados de sempre. Desculpe a franqueza, mas duvido que os holandeses sejam estúpidos o bastante para trocar o voto por um prato de comida ou uma tampa para a caixa-d'água. E aí, quem elege melhor seus representantes?


Só existe uma companhia telefônica e pasmem!: Se você ligar reclamando do serviço, corre o risco de ter seu telefone temporariamente desconectado.

Na Bahia, o cidadão paga por serviços de telefonia móvel e de internet nos quais o sinal pode cair a qualquer momento.



Nos Estados Unidos e na Europa, ninguém tem o hábito de enrolar o sanduíche em um guardanapo - ou de lavar as mãos antes de comer. Nas padarias, feiras e açougues europeus, os atendentes recebem o dinheiro e com mesma mão suja entregam o pão ou a carne. Em Londres, existe um lugar famosíssimo que vende batatas fritas enroladas em folhas de jornal - e tem fila na porta.

Quem fala isso precisa conhecer vários estabelecimentos  na minha cidade. Em uma padaria, cheguei a flagrar uma baratinha passeando tranquilamente sobre uma bandeja de pãezinhos de queijo.


Na Europa, não-fumante é minoria. Se pedir mesa de não-fumante, o garçom ri na sua cara, porque não existe. Fumam até em elevador.

Uma lei federal proíbe o fumo em repartições públicas. Em alguns Estados, a legislação local impede as baforadas em restaurantes e bares. Porém, nem todo mundo respeita tais normas. Lei por lei, brasileiros e europeus ficam no empate.


Em Paris, os garçons são conhecidos por seu mau humor e grosseria e qualquer garçom de botequim no Brasil podia ir pra lá dar aulas de 'Como conquistar o Cliente'.

Quem pensa dessa forma nunca foi atendido em um boteco de quinta no Brasil. Tanto os garçons daqui quanto os da França são alunos da mesma escola de maus modos com os clientes.


Você sabe como as grandes potências fazem para destruir um povo? Impõem suas crenças e cultura. Se você parar para observar, em todo filme dos EUA a bandeira nacional aparece, e geralmente na hora em que estamos emotivos.

As pessoas que reclamam da imposição cultural americana são as mesmas que pegam fila para assistir a um filme de Hollywood ou comer um sanduba nos McDonald's da vida.


Vocês têm uma língua que, apesar de não se parecer quase nada com a língua portuguesa, é chamada de língua portuguesa, enquanto que as empresas de software a chamam de português brasileiro, porque não conseguem se comunicar com os seus usuários brasileiros através da língua Portuguesa.

Os cidadãos do Canadá nunca chamaram o idioma inglês local de "língua canadense" e ninguém reclamou disso. Quanto às empresas de software que supostamente não conseguiriam se comunicar com usuários brasileiros no português, alguém já ouviu falar em manuais do usuário? Preciso mencionar que a maioria dos programas já vem traduzida para a nossa língua?


Os brasileiros são vitimas de vários crimes contra a pátria, crenças, cultura, língua, etc... Os brasileiros mais esclarecidos sabem que temos muitas razões para resgatar suas raízes culturais.

Se resgatar as raízes culturais é tão necessário, porque ninguém vai morar no meio do mato como faziam os índios nos tempos da colonização portuguesa?


Os dados são da Antropos Consulting:

A Antropos Consulting é uma empresa de consultoria, não órgão recenseador.


1. O Brasil é o país que tem tido maior sucesso no combate à AIDS e de outras doenças sexualmente transmissíveis, e vem sendo exemplo mundial.

Por outro lado, é um país onde pessoas morrem de dengue todo ano, meninas com menos de 10 anos são exploradas sexualmente em beira de estrada e muito adolescente ainda insiste em não usar a camisinha durante uma relação sexual.


2. O Brasil é o único país do hemisfério sul que está participando do Projeto Genoma.

Esqueceram de mencionar a África do Sul e a Austrália, que também participaram do projeto acima mencionado e se situam no Hemisfério Sul. Um atlas para a holandesa, por favor!


3. Numa pesquisa envolvendo 50 cidades de diversos países, a cidade do Rio de Janeiro foi considerada a mais solidária.

Nada contra ajudar pessoas mais vulneráveis do ponto de vista social, mas os cidadãos que o fazem fatalmente assumem para si uma atribuição do Estado.


4. Nas eleições de 2000, o sistema do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) estava informatizado em todas as regiões do Brasil, com resultados em menos de 24 horas depois do início das apurações. O modelo chamou a atenção de uma das maiores potências mundiais: os Estados Unidos, onde a apuração dos votos teve que ser refeita várias vezes, atrasando o resultado e colocando em xeque a credibilidade do processo.

A urna eletrônica brasileira pode até ter chamado atenção, mas os americanos continuam votando em cédulas de papel e, desde o incidente da reapuração de votos no ano 2000, não houve problemas similares no sistema eleitoral dos EUA. E outra, como já foi comentado no início, de que adianta informatizar a votação se a cabeça de muitos eleitores não acompanha o avanço tecnológico?


5. Mesmo sendo um país em desenvolvimento, os internautas brasileiros representam uma fatia de 40% do mercado na América Latina.

Uma fatia composta, em sua maioria, de usuários que se limitam a bater papo no MSN, visitar redes sociais e copiar e colar trabalhos alheios.


6. No Brasil, há 14 fábricas de veículos instaladas e outras 4 se instalando, enquanto alguns países vizinhos não possuem nenhuma.

Aproximadamente 40 montadoras estão instaladas no País. Além de não se dar o trabalho de perguntar ao Google o número exato, a escritora holandesa esqueceu de mencionar o caos do trânsito urbano e o péssimo estado de conservação de muitas das estradas brasileiras.


7. Das crianças e adolescentes entre 7 a 14 anos, 97,3% estão estudando.

Em escolas públicas precariamente mantidas pelo Estado, mesmo que o percentual acima mencionado seja válido.


8. O mercado de telefones celulares do Brasil é o segundo do mundo, com 650 mil novas habilitações a cada mês.

Com quais países o Brasil foi comparado para que ele tenha chegado a essa posição? 
Acaso essa pesquisa chegou a medir também o nível de (in)satisfação dos usuários juntos às principais operadoras em atividade no País?


9. Na telefonia fixa, o país ocupa a quinta posição em número de linhas instaladas.

Também deve ser o país onde as empresas de telefonia fixa mais recebem queixas pelo mau atendimento e cobram taxas extorsivas.


10. Das empresas brasileiras, 6.890 possuem certificado de qualidade ISO-9000, maior número entre os países em desenvolvimento. No México, são apenas 300 empresas e 265 na Argentina.

Maior número entre os emergentes? Eu queria saber o número de companhias indianas, russas e chinesas agraciadas com a certificação ISO-9000 para uma comparação mais efetiva...


11. O Brasil é o segundo maior mercado de jatos e helicópteros executivos.

Grande coisa! Aeronaves limitadas a metrópoles como Rio, São Paulo e Salvador.


Por que vocês têm esse vício de só falar mal do Brasil?

Porque somos realistas e a inoperância do Estado nos dá motivo de sobra pra isso.


12. Por que não se orgulham em dizer que o mercado editorial de livros é maior do que o da Itália, com mais de 50 mil títulos novos a cada ano?

Até aceito que o Brasil produza mais livros que a Itália, mas que ninguém tente me convencer de que o brasileiro lê mais do que o italiano...


13. Que têm o mais moderno sistema bancário do planeta?

E também o mais cretino, onde bancos lucram horrores cobrando juros de nível espacial e obrigando os clientes a pegar fila monstruosa.


14. Que suas agências de publicidade ganham os melhores e maiores prêmios mundiais?

Com uma exceção ou outra, as agências do Brasil sequer chegam perto das europeias, americanas e asiáticas.


15. Por que não falam que são o país mais empreendedor do mundo e que mais de 70% dos brasileiros, pobres e ricos, dedicam considerável parte de seu tempo em trabalhos voluntários?

Certamente os brasileiros se arriscam mais do que nunca no mundo dos negócios, dado o aquecimento da nossa economia, mas ainda têm dor de cabeça com a burocracia para abrir uma empresa e com os altos impostos. Quanto ao trabalho voluntário, duvido que mais de 40% dos trabalhadores se envolvam em projetos sociais. A maioria se preocupa mais em turbinar o currículo ou colocar mais leite na mesa.


16. Por que não dizem que são hoje a terceira maior democracia do mundo?

Porque os brasileiros ainda são obrigados por lei a votar e quase sempre elegem os mesmos políticos corruptos de sempre. Em comparação, os americanos são livres e até faltam mais às urnas, mas sabem escolher melhor seus representantes.


17. Que apesar de todas as mazelas, o Congresso está punindo seus próprios membros, o que raramente ocorre em outros países ditos civilizados?

A autora está falando de qualquer país que não seja o Brasil.


18. Por que não se lembram que o povo brasileiro é um povo hospitaleiro, que se esforça para falar a língua dos turistas, gesticula e não mede esforços para atendê-los bem?

Porque é o mesmo povo que sempre cobra valores maiores de quem vem de fora do país.


19. Por que não se orgulham de ser um povo que faz piada da própria desgraça e que enfrenta os desgostos sambando.

Porque não tem coisa melhor pra fazer.


20. Que nós somos considerados os maiores amantes do mundo, enquanto que os ingleses e os árabes são os piores?

Também somos o país onde muitos casais geram filhos à toa, sem o menor planejamento, e cujas adolescentes engravidam rapidinho. Não dá para comparar o comportamento amoroso dos brasileiros ao dos árabes, que vivem em sociedades ultraconservadoras.


21. Que nós tomamos banho todos os dias, às vezes mais de um por dia enquanto que os europeus tomam em média um por semana? O país do mundo onde a Gessy Lever mais vende sabonetes é o Brasil?

Os europeus têm mesmo essa fama de "porcos" - até que enfim um acerto da autora do texto.
Quanto à Gessy Lever, cabe observar dois pontos:
1. A empresa mudou de nome há muito tempo. Agora, ela se chama Unilever.
2. O Brasil é atualmente o segundo país onde a Unilever mais fatura com a venda de produtos de limpeza e higiene (e não apenas sabonetes).


Bendito este povo, que possui a magia de unir todas as raças, de todos os credos.

Mas ainda enfrenta preconceito - velado ou explíctio - de toda ordem (né, Bolsonaro?).


Bendita seja, querida pátria chamada BRASIL

Sim, eu amo demais o Brasil. Só não tenho vocação para ser otário.

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Fluminense, o time do impossível

Em 2009, o Fluminense chegava à 30ª rodada do Brasileirão com 99% de chances de cair para a Segundona. Com muita garra, o time contrariou a estatística e venceu os jogos subsequentes até o último duelo, no qual se afastou de vez da degola com um singelo empate contra o Coritiba.
Em 2011, o tricolor carioca viajou ao Paraguai para se dar o luxo de perder para o Libertad por até um gol de diferença e, dessa forma, carimbar sua classificação às quartas-de-final da Libertadores. Os números tentaram novamente ditar o rumo do clube de guerreiros, sem sucesso. Só que, desta vez, o adversário riu por último - e melhor - ao aplicar 3 solenes chineladas nos visitantes do Rio.
Resumo da ópera: a matemática é sempre posta por terra pelo Fluminense - para o bem ou para mal do clube carioca (vide a montagem abaixo).


Extraído do Globoesporte.com




terça-feira, 26 de abril de 2011

Games violentos não fazem pessoas violentas

Ainda não se sabe ao certo o que levou o desempregado Wellington de Oliveira a tirar a vida de crianças inocentes em uma escola municipal da Zona Oeste do Rio de Janeiro, mas os jogos eletrônicos considerados violentos - do naipe Counter Strike, GTA, Hitman e por aí vai - já estão sendo tratados pela mídia como corresponsáveis por atitudes violentas como a do assassino de Realengo. No último domingo (24/04), por exemplo, o Domingo Espetacular, programa da Rede Record, pôs mais lenha na fogueira com uma matéria sugerindo que games violentos levariam crianças e adolescentes a agirem de forma agressiva em sociedade. 
Talvez isso seja válido até certo ponto (especialmente no caso de crianças e pré-adolescentes, cuja personalidade ainda está em formação e, por isso mesmo, necessita de uma certa atenção dos pais), mas ressalte-se que a violência presente nos games não necessariamente se reproduz na vida real com a virulência apontada pelos veículos de comunicação. Para tanto, um sujeito precisaria passar horas diante do PC (ou da TV, caso esteja operando um console como o Playstation 3 ou o Xbox 360) e, ainda por cima, apresentar algum problema mental. Não é o caso de milhões de jogadores, de ocasião ou profissionais, que se sentam diante do PC todos os dias para atirar nos inimigos - controlados seja pelo computador seja por outros usuários - e nem por isso se transformam em matadores desequilibrados como Wellington. Responsabilizar os jogos pela violência humana é o mesmo que admitir que um sujeito se tornaria um maníaco sexual só de assistir a filmes eróticos com muita frequência. Também seria de pouco efeito banir do comércio tais produtos, uma vez que eles cairiam nas mãos dos usuários de qualquer jeito, através da pirataria.
Em vez de demonizar os jogos violentos, a mídia deveria organizar uma campanha por mais segurança nas escolas públicas, às quais alunos oriundos de famílias desestruturadas e traficantes de drogas são muito mais assíduos do que eventuais atiradores psicóticos, e por uma assistência mental mais ampla à população, justamente para evitar que indivíduos problemáticos venham a cometer barbáries como a protagonizada  na escola municipal carioca há pouco mais de duas semanas. Não são os Counter Strike da vida que produzem atiradores psicóticos como Wellington ou os dois moleques suicidas que mataram 12 colegas e 1 professor no Instituto Columbine, nos Estados Unidos. Esses cidadãos já apresentavam uma certa desordem psiquica e, mesmo que não tivessem disparados tiros por horas a fio em uma arena virtual, teriam praticado suas respectivas atrocidades de uma forma ou de outra.

terça-feira, 12 de abril de 2011

O besteirol do desarmamento

Mal se consumou o massacre de Realengo e o governo federal já decidiu organizar uma nova campanha de desarmamento da população civil, desta vez prometendo pagar mais rápido as recompensas a quem se desfizer de seu revólver ou espingarda. Nada contra a boa intenção da equipe de Dilma Rousseff em fazer do Brasil um país menos violento, porém atrevo-me a rotular tal medida de "inútil do ponto de vista prático".
Para começo de história, o desarmamento atingiria somente os cidadãos de bem. Bandidos não costumam abrir mão de suas ferramentas de "trabalho" e elas continuariam acessíveis de qualquer jeito, especialmente em virtude da corrupção policial e da porosidade das divisas nacionais com outros países sul-americanos. Além disso, o problema está enraizado não nas armas de fogo em si, mas em quem decide apertar o gatilho. Caso contrário, as taxas de homicídio a bala seriam muito maiores (e não menores, na realidade) em países desenvolvidos. Combater a violência urbana tirando pistolas e espingardas de circulação é o mesmo que combater a pirataria  digital proibindo todo mundo de comprar CD ou DVD virgem.

quarta-feira, 23 de março de 2011

Entrevista com o Garoto Zangief

Alguns dias após a divulgação na Internet do vídeo em que aparece desferindo um golpe semelhante ao piledriver (movimento principal de Zangief, o grandalhão russo da série de jogos Street Fighter) em um colega que o provocava na escola, o garoto australiano Casey Heynes concedeu uma entrevista explicando o que o levou à tão comentada façanha. Vale a pena conferir!




Comentário: bem que o fortinho merecia virar personagem de Street Fighter, :D

segunda-feira, 7 de março de 2011

Unidos da Tijuca sem medo de inovar

A Unidos da Tijuca, escola campeã do Carnaval carioca do ano passado, contou novamente com a ilimitada criatividade do carnavalesco Paulo Barros. Desta vez, a agremiação falou sobre o medo da morte, relembrando cenas de filmes famosos como "Indiana Jones" e "Tubarão". Vale a pena conferir o desfile que literalmente deve ter tocado o terror nas escolas concorrentes:



Fonte: Globo.com

sexta-feira, 4 de março de 2011

Sandy, a santa devassa

Nos últimos dias, a Schincariol surpreendeu o mundo da publicidade ao contratar Sandy - logo ela, que cultivou por muito tempo o rótulo de "certinha" - para ser garota-propaganda da Devassa, a marca de cerveja que deu o que falar no ano passado com o comercial estrelado pela verdadeiramente devassa Paris Hilton. Parece que, desta vez, a empresa cervejeira agradou os patrulheiros moralistas de plantão. Confira aqui a nova campanha da Devassa com a Santa Sandy.

sábado, 15 de janeiro de 2011

Universidade: lugar de estudos, não de farra

Ontem (14/01), o Bom Dia DF (telejornal da afiliada da Rede Globo em Brasília) exibiu uma matéria que denunciava o consumo de drogas e bebidas alcoólicas por estudantes no subsolo da Universidade de Brasília (UnB) - o que é proibido pelo regimento interno da instituição. Até aí, nenhuma novidade - é o que ocorre em muitas outras universidades públicas Brasil afora. Porém, cabe alertar que elas têm o papel de produzir conhecimento para a sociedade (nem preciso lembrar que o contribuinte paga a conta, né?), e não de abrigar festas regadas a álcool e drogas promovidas por estudantes que fazem qualquer coisa, menos pegar em livros. Quem gosta de puxar um baseado ou tragar aquela latinha de cerveja que faça isso longe da sala de aula - e sem atrapalhar os estudantes de verdade.


segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Como funcionários dos Correios cuidam (ou deixam de cuidar) das nossas encomendas

Um cidadão teve acesso a um depósito dos Correios situado no Engenho de Dentro, bairro da Zona Norte do Rio de Janeiro, para receber uma encomenda atrasada e flagrou a "delicadeza" como os funcionários tratam os nossos pacotes que trafegam pelo País de norte a sul e de oeste a leste. Nem mesmo aqueles com o famoso aviso "Frágil!" escapam da displicência dos servidores da outrora bem respeitada estatal. Para quem ainda não descobriu porque aquele DVD do artista predileto chegou arranhado ou o notebook comprado no Mercado Livre veio com algumas peças internas soltas, taí a resposta:



Novela "Ronaldinho Gaúcho" perto do fim (?)

Palmeiras e Grêmio já jogaram a toalha na disputa pelo jogador Ronaldinho Gaúcho após acusarem falta de ética no modo como o irmão e empresário do craque, Roberto Assis, tem negociado o retorno do atleta-badaleiro ao futebol do Brasil. Com isso, o Flamengo está com o caminho praticamente livre para receber o ídolo. Tudo certo? Ainda não. A vinda do R10 dependerá de um acerto final entre Assis e o clube carioca na próxima terça (11/01). Só o tempo dirá se o ex-integrante do Milan voltará em grande estilo ou irá, de modo bem popular, para a "ponte que partiu". 

sábado, 8 de janeiro de 2011

Baixaria em alta no início do ano

Acabamos de passar pela primeira semana de 2011 e já estamos cercados de baixaria por todos os lados. Para começar, a música baiana - que já foi um patrimônio de respeito, com direito a artistas do naipe de Gilberto Gil, Caetano Veloso e Dorival Caymmi - nos brindou recentemente com duas novas "pérolas" de gosto duvidoso (se é que já não atingiram um nível mais baixo que isso...). Uma delas conta a história de uma mulher que foi demitida de uma loja de prenome Voceta e, ao reclamar os direitos trabalhistas, recebe do ex-patrão a sugestão de "botar a empresa no pau" (expressão que originalmente significa "acionar uma empresa na Justiça do Trabalho", mas qualquer semelhança com gírias de apelo sexual é mera coincidência...). Já a outra, de autoria do grupo Leva Noiz, conseguiu em algumas semanas uma façanha que Lex Luthor e outros supervilões da editora DC tentaram por mais de 70 anos, sem muito sucesso: destruir a Liga da Justiça. De acordo com a letra, o Super-Man ficou fraco quando o Pinguim atirou a kriptonita e a Mulher Maravilha teve o laço roubado por Lex Luthor e Coringa. Nada demais até chegarmos à estrofe, que entoa: "Foge! Foge Mulher Maravilha. Foge! Foge com o Super-Man". O verbo "foge" é pronunciado de forma a nos levar a crer que o "g" tá sendo substituído oralmente pelo "d", o que confere à mensagem um significado bem menos infantil.
Deixando a área musical, o site Ética na TV divulgou o 18º Ranking Nacional de Baixaria na TV, que lista os programas televisivos campeões de reclamações quanto ao tipo de conteúdo apresentado. Em outros termos: apelo sexual, apologia ao crime, desrespeito a valores éticos e morais, incitação à violência e mais podreiras por aí. O humorístico "Pânico na TV" (Rede TV!) assumiu o inglório topo, seguido de "Se Liga Bocão" (Record/Bahia), "Brasil Urgente" (Band), "A Fazenda" (Record) e "Chumbo Grosso" (TV Goiânia).