quarta-feira, 29 de março de 2017

[CINEMA] Power Rangers

Na cultura pop há 25 anos, os Power Rangers acabam de ganhar uma bela repaginada no cinema. Sob a direção de Dean Israelite,  a trama é basicamente a mesma do antigo seriado: cinco adolescentes são escolhidos por Zordon, uma criatura extraterrestre, para impedir que a Terra caia nas mãos da maléfica bruxa Rita Repulsa. Embora muitos dos elementos originais tenham sido preservados, especialmente para atrair os antigos fãs pela nostalgia (a começar pela nave alienígena que serve de base de operações para os Rangers e pelos robôs-dinossauro, que comporão o Megazord no grand finale), as semelhanças param por aí. Os protagonistas não aparecem já prontos para a pancadaria, ainda precisam lidar com seus respectivos problemas e conflitos internos antes de finalmente trajar as armaduras e descer o sarrafo na antagonista e seu exército de soldados de pedra. Felizmente, a paciência de Zordon e a simpatia do robozinho Alpha 5 durante o breve treinamento tornam a jornada menos árdua. A equipe se destaca também pela diversidade - que o digam o Zack asiático, o Billy afrodescendente e a Trini homossexual. Os super-heróis são apresentados ao espectador sem muito lenga-lenga, ou seja, cada um é igualmente importante para a construção da história, e a química no grupo funciona perfeitamente, de modo que jovens desconhecidos entre si rapidamente se tornem os melhores amigos para salvar a Terra das forças do mal.
Um outro ponto positivo do filme diz respeito à atuação. Os atores principais fazem um bom trabalho no papel dos Power Rangers, enquanto Bryan Cranston, que dublava vários monstros nas temporadas iniciais de Mighty Morphin Power Rangers, desta vez empresta sua voz a Zordon e Elizabeth Banks entrega uma Rita Repulsa muito mais cruel e menos galhofa que sua contraparte no seriado, com direito a um Goldar repaginado como um gigante de ouro incumbido de pegar para sua mentora o cristal Zeo, um artefato de grande poder que levará à destruição da Terra nas mãos da feiticeira alienígena. Talvez a única parte negativa esteja na computação gráfica: os efeitos não impressionam como os vistos em produções à la Transfomers, mas não chegam a estragar a diversão no final das contas.


Nota final: 9,0


P.S. 1: assim que o filme acabar, não deixe de conferir a cena pós-crédito.
P.S. 2: o filme está repleto de referências a temporadas do seriado.