quinta-feira, 8 de junho de 2017

[CINEMA] Mulher Maravilha

Setenta e seis anos, uma série de TV e muita enrolação depois, a Mulher Maravilha enfim ganhou seu primeiro - e poderoso - filme solo, apesar de já ter estreado no universo cinematográfico da DC em Batman Vs Superman, na cena da batalha final contra o Apocalypse (favor não confundir com o homônimo da Marvel!). A direção competente de Patty Jenkins, a excelente atuação de Gal Gadot como a personagem-título e uma revelação mais contida da trama pelos trailers, que evitou no público a incômoda sensação de já saber de antemão todo o desenrolar da história, foram importantes para recolocar a editora nos trilhos da sétima arte após críticas mornas aos trabalhos anteriores - o próprio BvS e Esquadrão Suicida.
O longa narra a origem e ascensão da super-heroína mais famosa dos quadrinhos: nascida e criada na ilha de Temíscera, lar das mulheres guerreiras conhecidas como amazonas, Diana (Gal Gadot) tem seu primeiro contato com o mundo exterior ao resgatar na praia Steve Trevor (Chris Pine), um piloto e espião britânico que fugia de soldados alemães. Após os invasores serem literalmente massacrados pelas nativas e Trevor revelar um grande conflito em curso (a Primeira Guerra, e não a Segunda, como na primeira HQ da personagem), a filha da rainha Hipólita (Connie Nielsen) deduz que Ares, o deus da guerra, retornou para incitar a matança entre os homens e, contrariando o desejo de sua mãe para que permanecesse na ilha, decide partir para a Europa com Trevor com o objetivo de encontrar e matar o vilão na esperança de encerrar a guerra. Enquanto aprende a conviver com os meros mortais, a futura salvadora da humanidade vai descobrindo sua verdadeira missão na Terra.
São diversas as razões para apontar Mulher Maravilha como o filme de super-herói do ano. Para começar, Diana reafirma a defesa do poder feminino desde sua estreia nos quadrinhos em 1941, vide os diversos diálogos - alguns de viés cômico - com personagens secundários como a simpática secretária Etta Candy (Lucy Davis) e as cenas de combate bastante realistas graças a uma CGI executada com louvor. Para felicidade geral do público, a amazona não perde tempo com frases de efeito piegas do naipe "sou uma mulher, tão capaz quanto um homem" e corre logo para o front, descendo o sarrafo no exército alemão tranquilamente. Outro destaque positivo da saga se refere à adoção de um estilo próprio, que foge do clima sombrio de Batman Vs Superman porém sem abusar das piadas como se vê nos filmes da concorrente Marvel. Por fim, os personagens são desenvolvidos na medida certa, isto é, nenhum deles aparece mais ou menos do que o necessário à trama. E os vilões constituem uma atração à parte: Ares, o grande opositor que passa a maior parte do filme agindo nos bastidores, surge apenas no ato final, oferecendo à super-heroína um desafio à altura de seus poderes e habilidades, enquanto a química Isabel Maru (Elena Anaya), uma clássica inimiga mais conhecida como Doutora Veneno nos quadrinhos, e o general Erich Ludendorff (Danny Houston) não ficam atrás quando o assunto é dar um certo trabalho a Steve Trevor e seus companheiros de missão.


Nota final: 9,5

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