quarta-feira, 22 de outubro de 2014

As frases feitas mais ditas pelos militontos virtuais

Não contentes em garantir mais uma final entre PT e PSDB nas eleições presidenciais, simpatizantes de ambos os lados se sujeitam a um flamewar desnecessário, quando deveriam estar discutindo como o Brasil deve ser administrado nos próximos 4 anos. Abaixo segue a relação dos argumentos mais esdrúxulos que já encontrei por aí até o momento (e que teimam em se multiplicar às centenas, como uma praga):


Quem é rico/estudado vota em Aécio, quem é pobre/analfabeto vota em Dilma

Tenho amigos tão instruídos quanto eu (ou até mais!) que pretendem reeleger Dilma, assim como amigos tão ou menos escolados (mas não necessariamente ignorantes - que isso fique claro!) que desejam votar em Aécio. Proponho aos pseudoentendidos em política o desafio de explicar qualquer relação obrigatória (se houver!) entre grau de escolaridade e afinidade partidária.


É nós contra os outros! (rico x pobre / coxinha x empada / burguês x bolseiro família)

Eleição não é jogo de futebol, e sim um instrumento para escolher o responsável por cuidar do Brasil nos próximos 4 anos. Qualquer que seja o grande vencedor do pleito deste ano, tanto a esquerda quanto a direita sairão no lucro, enquanto os meros mortais continuarão tomando bem no centro (com o perdão da expressão).


Se Dilma ganhar vai acontecer isso, se Aécio ganhar vai acontecer aquilo

Quem ganha para fazer previsões é cartomante e empresa de pesquisa de mercado. Portanto, pare de encher o saco dos outros com ladainhas do tipo "Dilma vai transformar o Brasil em uma ditadura" ou "Aécio vai privatizar todas as estatais".


Na época de FHC isso, na época de Lula aquilo

Há muito tempo FHC deixou a vida pública (convenhamos: ele é melhor sociólogo que presidente) e Lula já avisou que não quer saber de 2018 (que dirá de 2022!). A quem insiste nas sessões de nostalgia no Facebook: diversos museus pelo Brasil têm vagas abertas para você.


O partido do meu candidato investiga / vai investigar casos de corrupção e punir os responsáveis

1) Partido não investiga porcaria nenhuma. Essa atribuição cabe ao Ministério Público e à Polícia Federal.
2) Como diz o ditado, "ladrão de tostão, ladrão de milhão". Não adianta comparar números de mensalão, trensalão, petrolão e não-sei-mais-o-quê-salão: a democracia não é uma gincana para decidir quem rouba menos.
3) A maioria absoluta dos envolvidos em tais episódios costuma seguir intocada pela lei ou, se presa, ganhar a liberdade em menos tempo que o previsto. Não ponha a culpa em Dilma ou Aécio: é a nossa legislação que precisa de reparos urgentes para punir efetivamente os corruptos, qualquer que seja a filiação partidária de cada um.

Nenhum comentário:

Postar um comentário