segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Ouro na empolgação, latão na realidade

Quatro anos atrás, em Pequim, o Brasil fechou a conta olímpica na 23ª posição. Ontem, o país encerrou sua participação nos Jogos de Londres subindo uma posição em comparação à edição anterior. E só. Uma evolução digna de traque ou bombinha. De nada adianta o governo e a imprensa fazerem a maior propaganda, prometendo uma chuva de ouros, se a maioria dos atletas não passa da rodada de estreia em suas respectivas modalidades. Não que eles tenham alguma culpa: sem uma infraestrutura adequada e acesso a todo o material necessário aos treinos, são poucos os esportistas que conseguem uma medalha (nem que seja de bronze), enquanto os concorrentes de outros países desfilam felizes da vida com suas fartas medalhas de ouro.
Mal passou a euforia das Olimpíadas na Terra da Rainha, é hora de retornar à dura realidade: muitos atletas, com ou sem medalha no peito, continuarão a depender da boa vontade de empresas privadas para não ter de custear as despesas de treinamento com o próprio bolso, enquanto os praticantes de modalidades mais populares continuam a receber as maiores fatias do bolo destinado ao esporte nacional. Se essa situação continuar do jeito que está, a nossa participação nos próximos Jogos tenderá a apenas sediar o evento e ver muitas medalhas de ouro parar na mão dos esportistas estrangeiros. 

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