quinta-feira, 10 de maio de 2012

Patriotadas e macacadas

Assumiu, cumpra!

O Senado recentemente aprovou a Lei Geral da Copa, que entre outros artigos libera o comércio de bebidas alcoólicas nos estádios durante a realização do próximo Mundial. Antes que algum (pseudo)intelectual de ocasião apareça para protestar contra "a violação da soberania nacional pela FIFA" (longe de defender a entidade, claro), nunca é demais lembrar que, ao aceitar em 2007 o desafio de sediar um torneio de tamanha magnitude, o Brasil assumiu uma série de compromissos com o órgão que rege (mal) o futebol mundial e agora vai ter de rebolar para cumpri-los em sua totalidade e não pagar mais mico do que já está pagando - a começar pelo gasto previsto de 70 bilhões na competição.


Macacos me mordam!
Recentemente, o Ministério Público Federal resolveu implicar com Neymar, Alexandre Pires e Mr. Catra só porque eles apareceram vestidos de gorila em um clipe da música "Kong" - algo que, para representantes do movimento negro que encaminharam denúncia ao órgão, estaria "representando os negros como seres inferiores". Em que pese o (des)nível da letra da canção, acho uma tremenda incoerência tentar enquadrar o trio por causa das fantasias: na semana passada, durante a partida de ida das oitavas-de-final da Libertadores, na Bolívia, torcedores do Bolívar imitavam sons de macaco e atiravam bananas no gramado para provocar a equipe do Santos. Uma clara demonstração de racismo que a Conmebol fez o favor de varrer para debaixo do tapete - e não apareceu ninguém do Brasil para reclamar de tal absurdo. 
Moral da história: tacar banana na cabeça de jogadores adversários parece ser bem menos grave do que se fantasiar de macaco...

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